05.11.2007, 09:33 AM
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"Lourenço Marques fadista..."
O nome José Eduardo provavelmente não dirá nada a ninguém. Rigorosamente mesmo nada! Mas se vos falar em ZITO, talvez se acendam umas luzitas aqui e ali, sobretudo nas gentes de Moçambique que gostavam de ouvir o fado. Pois é, este Zito de que vos falo era moçambicano e foi um dos expoentes dos valores artísticos moçambicanos no final da década de 60. Cantava o fado, naturalmente, e chegou a constituir uma moda na bela Lourenço Marques daqueles anos ir ouvi-lo à Adega da Madragoa, que se situava na cave do edifício onde se alojava o Clube dos Lisboetas (avenida Brito Camacho).
Esta coleção engloba o primeiro EP, editado em 1968 (faixas 13 a 16), bem como o single aparecido dois anos depois (faixas 17 e 18), ambos gravados na África do Sul. Os primeiros 12 temas foram extraídos de um CD intitulado “O fado, é tudo o que sinto, mais... o que não sei dizer”, que mão amiga me ofertou (olá Carlos Santos!), o qual terá sido editado há alguns anos, também na África do Sul, onde suponho que o Zito se encontra presentemente a viver.
Deixo-vos com as notas da contra-capa do primeiro EP:«Sem falsos transportes, porque eles pertencem escravizadamente ao berro (surdo) da sua dor e ao grito (louco) da nostalgia (que talvez esvoace nos corvos negros de que fala) aqui estão os primeiros quatro fados, em disco, do Zito. Ouvi-lo é a certeza de um encontro com uma procura de algo infinitamente certo para se definir mas que ele mesmo tenta em cada jeito. Oiçamos então. E (propositadamente) foi respeitada a respiração.» (S.L.A.)
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